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Setembro Amarelo: prevenção do suicídio e outras 11 dúvidas respondidas

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Setembro Amarelo é uma campanha da OMS (Organização Mundial de Saúde) e da Associação Brasileira de Psiquiatria para a prevenção do suicídio.  

O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (World Suicide Prevention Day, em inglês), mas a campanha é realizada durante todo o mês de setembro.

De acordo com a OMS, anualmente, mais de 700 mil pessoas cometem suicídio em todo o mundo. No Brasil, são registrados cerca de 14 mil casos por ano, uma média de 38 por dia.

O suicídio está diretamente relacionado à saúde mental, principalmente, quando os sinais apresentados pelo paciente não são diagnosticadas ou tratados corretamente. 

A maioria dos casos pode ser evitada se os pacientes buscarem tratamento psiquiátrico, psicoterapia, suporte emocional e a adoção de hábitos e estilo de vida saudáveis.

“A vida é a melhor escolha!” é o tema da campanha em 2022 e, muitas empresas e instituições, têm realizado iniciativas no sentido de promover a educação no combate ao suicídio.

Neste artigo, nós vamos falar sobre o que é Setembro Amarelo, como contribuir com a promoção da campanha e educar sobre a prevenção do suicídio. 

O que é Setembro Amarelo?

Setembro Amarelo é uma campanha que representa um compromisso global para chamar atenção para prevenção do suicídio e aumentar a conscientização sobre o tema.

Os objetivos incluem:

  • Promover a colaboração entre as pessoas a respeito do tema;
  • Ampliar a qualidade da informação a respeito de mitos e verdades sobre o suicídio;
  • Capacitar a população sobre a auto-mutilação e o suicídio por meio de ações preventivas;
  • Incentivar o diálogo familiar sobre a saúde mental e fortalecer os vínculos e suporte emocional entre as pessoas.

O que é suicídio?

O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, usando um meio que acredita ser letal.

Também fazem parte do comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.

O suicídio é resultado de um complexo conjunto de fatores psicológicos e biológicos, genéticos, culturais e socioambientais, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. 

O que causa o suicídio?

Suicídios e tentativas de suicídio afetam não apenas os indivíduos, mas também as famílias, comunidades e sociedades.

A principal causa do suicídio está relacionada a transtornos mentais que podem se manifestar a partir de diversos fatores.

Os transtornos podem ser decorrentes de doenças apresentadas pelo paciente, como depressão, mas também podem ser desencadeados por desafios e problemas pontuais na vida do indivíduo.

Esses episódios podem levar a pessoa a ter a sensação de estar sem saída, sem opções, fadada ao sofrimento, ao fracasso e à infelicidade.

O indivíduo com pensamentos suicidas, em geral, se vê em um quadro de angústia e sofrimento constante e não consegue encontrar soluções para sair desse estado.

Assim, a única opção na visão do paciente é a perda da própria vida com o objetivo de pôr fim ao seu sofrimento.

Na maioria das vezes, o paciente apresenta sinais de que pode cometer o ato de tirar a própria a vida. 

18 fatores que podem levar uma pessoa a ter pensamentos suicidas

Os pensamentos suicidas podem ser decorrentes, principalmente, de:

  1. Depressão ou outras doenças mentais, como o Transtorno Bipolar e a Síndrome do Pânico, nos casos mais graves;
  2. Fome, falta de moradia ou trabalho, e condições precárias de vida;
  3. Trauma emocional;
  4. Estupro;
  5. Abuso sexual;
  6. Violência de qualquer tipo;
  7. Agressão física ou psicológica pontual ou por um longo período;
  8. Acidentes;
  9. Perda de entes queridos ou muito próximos, como esposo(a) ou filho;
  10. Sensação de impotência diante do sofrimento de pessoas muito próximas, ou queridas;
  11. Perda de saúde por doenças graves e com tratamento longo, como câncer, ou Alzheimer;
  12. Perda de emprego ou falência;
  13. Dívidas financeiras ou sofrimento de ameaças para pagá-las;
  14. Síndrome de Burnout ou estresse extremo ocasionado pelo trabalho intenso, grandes responsabilidades, ambiente inadequado, relações conflituosas, sem reconhecimento ou sob muita pressão;
  15. Sofrimento por bullying, racismo ou outros preconceitos, principalmente, entre os jovens;
  16. Falta de objetivos, fé e motivação na vida;
  17. Sentimento intenso de solidão;
  18. Uso abusivo de álcool e drogas.

Quais são os grupos de risco?

Os grupos de risco compreendem indivíduos com doenças e transtornos mentais, idosos acometidos por senilidade, Alzheimer, depressão e outras doenças, e jovens com personalidade instável ou suscetíveis a transtornos emocionais. 

Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

O nível de preparo de um indivíduo para lidar com os reveses e desafios o torna mais ou menos propenso a ter pensamentos suicidas.

Quanto mais autoconfiante for o indivíduo, com um base sólida de valores pessoais e objetivos na vida, assim como uma autoestima fortalecida, maiores as chances de que ele venha a passar pela vida sabendo lidar com os desafios inerentes a ela, superando as dificuldades e seguindo em frente.  

Entre os jovens de 15 a 29 anos no mundo, o suicídio é a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal, tornando o tema alvo de atenção, principalmente, nessa faixa etária. 

Quais são os sintomas das pessoas com comportamento suicida?

Quando uma pessoa decide tirar a própria vida, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do quadro de sofrimento em que se encontra.

As pessoas com pensamentos suicidas tendem a demonstrar alterações de humor com frequência, apresentando quadros depressivos e de apatia, assim como de irritabilidade ou agressividade, por exemplo.

Podem ficar frequentemente em silêncio, sem vontade de sair do quarto, de casa ou apresentar dificuldade para fazer atividades rotineiras, como tomar banho, escovar os dentes, alimentar-se ou trabalhar.

Também podem chorar com frequência ou demonstrar comportamento agressivo. 

Os sintomas podem vir associados à ansiedade e Síndrome do Pânico. 

Os pacientes que têm pensamentos suicidas também podem demonstrar interesse por filmes, livros e personalidades que mostram situações de suicídio, mutilações, acidentes, terror e agressões a pessoas e animais.

As automutilações, com ferimentos e lesões ao próprio corpo caracterizam um comportamento que se não tratado pode levar ao suicídio.

Eles também tendem a ver a vida de modo pessimista e vitimista, frequentemente, manifestando essa forma de pensar em falas ou atitudes. 

Como prevenir o suicídio?

Muitas vezes, os familiares ou pessoas próximas de uma pessoa que pode vir a cometer o suicídio não conseguem perceber a gravidade do quadro, ou quão transtornada mentalmente a pessoa está.

Às vezes os sinais são sutis, nem sempre o paciente comete automutilação, ou expressa uma intenção de se ferir ou se matar. 

Contudo, é possível reverter o quadro com algumas adoção de hábitos saudáveis e mudanças no estilo de vida.

Caso o paciente esteja com sintomas de um quadro depressivo, ansiedade ou irritabilidade fora do comum é importante buscar orientação de um psiquiatra para um diagnóstico.

O profissional pode indicar tratamento com psicoterapia, medicação específica ou ambos, e assim, evitar uma piora do quadro e consequências mais sérias. 

A prática de atividades físicas, assim como uma alimentação saudável e um sono regulado contribuem para a produção e equilíbrio dos hormônios produzidos pelo próprio organismo que promovem a sensação de bem-estar. 

Atividades como meditação, Mindfulness ou Atenção Plena, assim como yoga e terapias que auxiliam na saúde mental também são aliados na prevenção do suicídio e qualidade de vida do indivíduo.  

Outras recomendações incluem a restrição do acesso a meios para o suicídio como, por exemplo, armas de fogo e pesticidas.

É verdade que a pessoa que ameaça se matar só quer chamar a atenção e nunca vai ter coragem de se suicidar?

Não, a ameaça da intenção de se ferir ou se machucar é, sim, um indicativo de que a pessoa poderá cometer o suicídio.

Neste caso, é importante dar suporte emocional à pessoa e buscar tratamento psiquiátrico.

Qual é o tratamento para pessoas com comportamento suicida?

O tratamento para pacientes com pensamentos suicidas ou que cometem automutilação é psicoterapia e, na maioria dos casos, também com o uso de medicação.

O médico psiquiatra é o profissional responsável por fazer o diagnóstico do indivíduo, reconhecer possíveis transtornos mentais e indicar o melhor tratamento conforme cada caso.

Qual são as ações para promover o Setembro Amarelo e aumentar a conscientização sobre o suicídio?

Dentre as ações que podem ser executadas por pessoas, entidades ou empresas podemos citar:

  1. Realização de palestras de conscientização;
  2. Elaboração de folhetos e vídeos informativos;
  3. Elaboração de posts nas redes sociais e stories sobre o tema;
  4. Realização de lives;
  5. Apresentação de estudos de caso;
  6. Realização de eventos educativos e informativos;
  7. Atividades ao ar livre, associando a prática de meditação, Mindfulness e outras atividades físicas à informações de conscientização sobre o tema;
  8. Entrevistas com médicos e especialistas.

Prevenção ao suicídio tem cobertura pelo plano de saúde?

Na verdade, todos os planos de saúde devem cobrir tratamento para depressão, Síndrome do Pânico e outras doenças mentais, por meio de psicoterapia, exames e atendimentos correlatos, desde que tenham sido recomendados por um médico especialista. 

A Lei 9.656/98, que regulamenta os planos de saúde no Brasil, estabelece que deve haver a cobertura do tratamento de todas as doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Assim, a cobertura não diz respeito especificamente à prevenção do suicídio, mas às doenças mentais que podem levar o paciente a cometer o ato.

As doenças mentais fazem parte do rol ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que contém a relação de todos os eventos, consultas, exames e terapias que os planos de saúde são obrigados a incluir. 

Entretanto, é importante verificar junto à operadora do seu convênio médico quais são os procedimentos que possuem cobertura, de acordo com o produto que você contratou. 

O rol de procedimentos e eventos ANS é válido para os usuários de planos contratados a partir de 1 de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9656/98. 

Agora que você já sabe o que é necessário fazer para prevenir e se conscientizar sobre o suicídio veja também Como cuidar da saúde mental: aprenda 6 dicas, como ela funciona, qual a cobertura do plano de saúde e explicações científicas.

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